O Fórum Técnico promovido pela PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A) reuniu autoridades, executivos das principais petroleiras e especialistas do setor para discutir o futuro do pré-sal, as inovações tecnológicas necessárias para reduzir as emissões e os desafios legais e operacionais que impactam o setor. O evento, realizado no Rio de Janeiro, abordou temas como os próximos passos para o pré-sal, os desafios no ramp-up das plataformas e os investimentos necessários para garantir a continuidade da produção. A abertura do Fórum foi feita por Pietro Mendes, Secretário de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), que destacou a importância do setor de petróleo para a economia nacional e as mudanças que estão sendo estudadas pelo governo para aprimorar o regime de partilha de produção. Mendes também comentou outras ações do MME para garantir a competitividade e sustentabilidade da indústria.
Mendes lembrou que o governo está analisando mudanças nos contratos de partilha de produção, para adaptar o modelo de negócios às necessidades econômicas e operacionais do setor.
“Uma das mudanças que estamos estudando é permitir a prorrogação dos contratos de partilha de produção, nos casos em que for demonstrada a vantajosidade econômica para a União. Então, a gente vai ter que analisar se essa extensão do contrato é vantajosa para a União, mas é criar essa possibilidade, obviamente, ouvindo a PPSA e a ANP, que poderá fazer essa prorrogação”, afirmou Mendes.
Hoje, os contratos de partilha de produção não preveem a possibilidade de renovação, e qualquer mudança nesse sentido exigirá alteração legislativa. O modelo atual estabelece que, após o término do contrato, os campos devem ser devolvidos à União, o que, em alguns casos, pode não ser vantajoso para o país. A proposta de prorrogação visa garantir a continuidade da produção e os investimentos em campos ainda com grande potencial.
Tabita Loureiro, Presidente Interina da PPSA, apresentou as “Estimativas de Resultados nos Contratos de Partilha de Produção”, com um olhar voltado para os próximos anos. A avaliação da empresa indica que os contratos de partilha de produção exigirão investimentos de R$ 53 bilhões no próximo quinquênio. Além disso, ela ressaltou que todos esses projetos comerciais demandarão a perfuração de 145 poços entre exploração e produção nesse mesmo período. A previsão é de instalação de 11 novas FPSOs até o final da década.
“E, entregando um óleo cada vez mais descarbonizado, na ordem de 10 a 11 quilos de CO2 por barril de óleo equivalente, somos competitivos no cenário de transição energética”, afirmou Tabita Loureiro.
O Futuro do Pré-Sal: Desafios e Oportunidades
No painel “O futuro do pré-sal: adaptando-se a um novo cenário”, moderado por Tabita Loureiro, os participantes discutiram os desafios e as oportunidades do pré-sal nos próximos anos. A conversa envolveu grandes nomes do setor, como Paula Pereira da Silva, Country Manager da Galp Brasil; Huang Yehua, Presidente da CNOOC Brasil; Alberto Ferrin, Presidente da ExxonMobil Brasil; e Heloísa Borges, Diretora de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE e Pietro Mendes.
Os executivos do setor destacaram que, apesar dos desafios do ambiente regulatório e dos custos crescentes, o Brasil segue sendo uma região atrativa para investimentos no setor de petróleo e gás. A necessidade de políticas públicas para garantir a continuidade desses investimentos foi um ponto central da discussão.
Desafios no Ramp-up das Plataformas
O painel da tarde abordou os desafios, lições aprendidas e cases de sucesso no processo de instalação das FPSOs no pré-sal. Moderado por Samir Awad, Diretor de Comercialização da PPSA, o debate reuniu especialistas como Vinícius Carvalho, Gerente de Operações da Equinor; João Carlos de Araujo, Gerente Geral de Implantação de Projetos da Petrobras; Alan Buchi, Diretor Comercial da FMC Technip; Pedro Rabello, Gerente de Operações da Subsea 7; e Luiz Bispo, Superintendente de Segurança Operacional da ANP.
Entre os principais pontos discutidos, estavam os desafios logísticos e operacionais enfrentados pelas empresas durante o first oil e o ramp-up, como a coordenação entre fornecedores, a instalação orquestrada da infraestrutura, o comissionamento e as questões relacionadas ao licenciamento ambiental e ao atendimento às condicionantes de segurança operacional da ANP.
Novos Leilões e Perspectivas para o Mercado
Por fim, Guilherme França, Superintendente de Comercialização da PPSA, apresentou as “Estimativas de volumes para o 5º Leilão de Petróleo da União” e os próximos passos para o Leilão de Gás Natural.
A PPSA estima comercializar 78 milhões de barris de petróleo da União em 25 junho do próximo ano na B3, em São Paulo. O 5º Leilão de Petróleo da União comercializará a produção da União dos campos de Mero, Búzios, Sépia, Itapu e Norte de Carcará.
França também anunciou que o 1° Leilão do Gás Natural da União está previsto para acontecer no quarto trimestre de 2025. “Estamos neste momento analisando a contratação do Sistema Integrado de Escoamento (SIE) e do Sistema Integrado de Processamento (SIP), necessários para a realização do leilão.”, explicou.
O último painel, intitulado “Potencial Remanescente do Polígono do Pré-Sal”, foi moderado por Rudy Ferreira, Superintendente de Exploração da PPSA, e contou com as contribuições de Jair Rodrigues Soares, Coordenador de Geociências de Exploração da PPSA; Bruna Lyra e Eduardo Leaubon, da Viridien; Juliana Santos, da TGS; e Ildeson Prates Bastos, Superintendente de Avaliação Geológica e Econômica da ANP.
Os especialistas detalharam as oportunidades remanescentes de exploração no polígono do pré-sal e apresentaram dados sísmicos e análises sobre prospectos identificados no polígono, que, de acordo com os estudos, continuam a demonstrar um potencial geológico de petróleo e gás.